No ano passado, vários estudos diferentes encontraram uma ligação entre excesso de peso e enxaqueca. Alegadamente, verificou-se que as mulheres que sofrem de ataques de enxaqueca têm uma tendência à obesidade.
No entanto, um novo estudo, mais fundamental, refutou completamente os resultados obtidos anteriormente.
"Nosso estudo forneceu fatos encorajadores - enxaquecas não estão relacionadas a futuros aumentos no peso corporal relativo ou obesidade", disse o Dr. Tobias Kurt, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Francês INSERM e da Universidade de Bordeaux.
Conduzindo um novo estudo, os cientistas também analisaram os resultados do Women's Health Study, que começou nos Estados Unidos em meados da década de 1990 e estudou o papel da aspirina na prevenção de doenças cardíacas e câncer.
Foi estabelecido com segurança que as mulheres que no momento do estudo já sofriam de enxaqueca não tinham mais probabilidade de se tornarem obesas nos próximos 13 anos do que as outras mulheres. E o ganho de peso médio em ambos os grupos foi quase o mesmo, cerca de 10 libras (4536 g).
"Não vemos evidências convincentes de que a enxaqueca deva ser considerada um fator de risco para a obesidade", disse o Dr. Kurt.
Os achados baseiam-se em observações de 19162 mulheres, profissionais de saúde, com idade acima de 45 anos, com peso normal no início do estudo. Quase 3.500 deles relataram sofrer de enxaqueca.
Após 13 anos, 41% dessas mulheres estavam com sobrepeso e cerca de 4% eram obesas. Mas em outro grupo de assuntos, os indicadores eram aproximadamente os mesmos.
A suposição de alguns pesquisadores de que a obesidade é a causa da enxaqueca também não parece “razoável” para pesquisadores da França, uma vez que a prevalência de enxaqueca permaneceu estável nas últimas décadas, enquanto o número de pessoas com obesidade aumentou acentuadamente.
Devido ao fato de que os pesquisadores observaram mulheres com idade igual ou superior a 45 anos, não se sabe se os resultados serão os mesmos para mulheres jovens.
